Comparações mesmo que positivas nem sempre agradam ao artista. Menção de parentesco com outros artistas às vezes também não, principalmente por aqueles que querem acima de tudo imprimir sua marca própria no trabalho. Falaremos desta vez sobre um jovem talentoso que tem parentesco, mas não tem comparação. Este é o nova-limense Luís Agenor.
O DNA musical se faz presente, sim senhor. Filho de Luís “7 Irmãos” e sobrinho de outros componentes desta tradicional banda de Nova Lima, Luís Agenor, o “Deco” para os amigos e família, expandiu desde cedo seus horizontes musicais. Teve o interesse pelos instrumentos despertado aos 10 anos, após conhecer os Beatles. Aos 13 anos foi convidado pelo pai para participações em seus shows. Nesta época integrou também a banda “Obra Primo”, que tocou em vários eventos de Nova Lima e mais tarde a “Olosujos”, banda que se dedica ao Carnaval.
Apesar da bem sucedida experiência em bandas, a inclinação pela MPB e em especial pela música mineira fez com que o formato voz e violão se tornasse o seu predileto. Além do quarteto de Liverpool, The Smiths, America, Vander Lee, Roberto e Erasmo, Lô Borges são também artistas de referência.
O trabalho autoral começou a vir a público em 2018, quando Luís Agenor iniciou parceria com seu amigo, produtor e multi-instrumentista Vítor Dieguez, do Estúdio Cantim. O resultado foi o lançamento de seu primeiro single, “Sem Mais”, com a participação de José Borges na bateria, Kadu no contrabaixo e a produção de Vítor. No mesmo ano foi lançada também “Alma-rua”, primeiro em versão acústica pelo estúdio Tempus e posteriormente a definitiva pelo Cantim, consolidando a parceria.
Seguiram-se “Retratos” (2019), “Passatempo” e “Quem sabe” (2020). O ano de 2020 parece ter sido bastante representativo para o artista, com significativo alcance de público local, com os fãs cantando a letra de “Passatempo” ao vivo, e externo, com a execução deste single em mais de 20 países.
Jovem como é, a linguagem é a da galera atual, sem abusar de clichês de tribos e de rimas previsíveis. A tônica de suas baladas é o amor, que se apresenta pelo desencontro, pela saudade, pelo conflito e pela distância. As harmonias sugerem um fundo de tristeza e nostalgia, mesmo nas dançantes “Passatempo” e “Alma-rua”. Os arranjos são bem interessantes, de condução suave, com teclados, cordas, percussão e acordeon se revesando entre pausas e momentos de maior energia.
Luís tem trabalhado em novas músicas durante o período de isolamento social, o que nos sugere que haverá novidades em breve.
Ramon “Doctor Ray”
Links:
Maravilha! Deco é muito talentoso. Gosto bastante das músicas dele
ResponderExcluirCom certeza, Marcel. Aliás, o Tempus é um celeiro de novos talentos.Está fazendo história com seus alunos e frequentadores.
ResponderExcluirMuito obrigado meu amigo, incrível!
ResponderExcluirBacana demais o seu trabalho, man. Aguardamos as novidades, ok? Abraço!
ResponderExcluir