 |
Acervo do artista |
Estou retomando as postagens no
Blog, após um interminável período de ocupação em outras tarefas, desmotivação
e bloqueio criativo. É, não é moda hoje declarar condições pessoais
contraproducentes, quando cada vez mais pipocam formulinhas de sucesso e
superação na internet.
Neste retorno nada melhor do que falar sobre uma banda
estreante, mas formada por músicos experientes, e cuja base conceitual é a
crítica social e política. Estou falando de The Mask of Tyrant.
O mentor do projeto é Wesley
Silva, conhecido no meio como veterano baterista da Souls' Guardian. A ideia
inicial era valer-se da versatilidade no trato com instrumentos e da expertise
em home studio para conceber uma one-man-band, mas acabou curvando-se ao formato
de banda para melhor execução de suas canções. Após alguns percalços normais de
entrada e saída de componentes, ele assumiu a bateria da The Mask que conta
hoje com os guitarristas Evandro “Paranoid” e Erick “Heeks” nas guitarras,
Bernardo Clemente, com ampla experiência em hardcore e suas nuances (Bermes,
Sleeping Bags, Mandacaru etc) no contrabaixo e Fred Assis, com várias
participações em bandas covers nos vocais.
O resultado sonoro é prova de que
Wesley, além de exímio baterista e compositor entusiasmado, tem habilidade para
coletar talentos. Seguiu-se ao momento de formação um período de intensa
produtividade e colaboração entre os componentes, mesmo já em tempos de
pandemia. Do tipo que impulsiona o vocalista a enviar prévias de músicas às 3
da madrugada.
 |
Acervo do artista |
O que se ouve em “Prison of
Despair” (2020), seu primeiro álbum, é um som pesado, homogêneo e convincente,
que fará os mais experientes identificarem influências das guitarras dobradas
do Iron Maiden, intros quase narradas que lembram Megadeth e mesmo arranjos incomuns
para o estilo como os de EZO, banda produzida por Gene Simmons no final dos
oitenta. A banda define o Metal como orientador, admitindo diversos subgêneros
como progressivo, melódico, heavy, power e thrash. Como já dito acima, a crítica
social e política é a base conceitual das letras das 12 faixas constantes do
álbum. Percebe-se uma preocupação com os detalhes na narrativa, e a intenção de
provocar reflexão do ouvinte para as armadilhas que o tornam colaborador de um
sistema de opressão, ilusão e despersonalização. Se pudéssemos resumir a
mensagem da banda, seria “Fuck the System!”, frase cravada em “Slave to the
System”, uma de suas faixas principais. Destacam-se também “Graveyard Carnival”
e a faixa-título “Prison of Despair”.
Tudo isto foi gravado em alta
qualidade de som em home studio da “Hell Uai”, produtora de Wesley. O
recolhimento requerido pela pandemia parece ter feito muito bem a The Mask,
pois a banda continua produzindo material novo, o que nos sugere que mais um
álbum (pelo menos) venha por aí. E que venha! O som maduro da banda estreante
comporta muito mais estrada.
 |
Acervo do artista |
Ramon “Doctor Ray”.
Links para fanpage, mídias
sociais e plataformas em que se pode escutar na íntegra o álbum “Prison of
Despair”: https://linktr.ee/Themaskoftyrant
Matéria no Whiplash: https://whiplash.net/materias/news_735/327542-maskoftyrant.html