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Eu sempre sonhei em ver a “Bicho Grilo” escrevendo músicas autorais, pois via muito talento nos músicos que formam a banda (sempre falava sobre isso com eles).
Eu os conheço desde os anos 90, quando Nova Lima tinha muita gente boa trabalhando com música. Independente do estilo, havia espaço para todos e todos se respeitavam.
Tínhamos clubes que apostavam nessas novas bandas e abriam seus espaços para eventos semanais, sempre havia um ou mais eventos na cidade.
Recordo-me de um show da banda no finado “Centro Ideal Clube”, ainda com Joãozinho nos vocais, a casa lotada, a plateia insana e o Rock’n’Roll com alta energia envolvendo a galera. Quantas saudades disso.
Esse debut como banda autoral trouxe uma nova visão sobre a banda. Os caras estavam maduros, prontos para nos deleitar com os seus frutos. Um EP é pouco para a grande expectativa, é verdade, mas foi suficiente para nos conquistar de vez.
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O trabalho é muito mais que “Apenas Mais Um”, me perdoem o trocadilho. Essa canção tem sem sombra de dúvidas a pegada “setentista” que eles já mostravam nos primeiros shows, mescla de um Rock’n’Roll visceral com Rock Progressivo.
Vocais com grande versatilidade, passeando pelo Blues e Soul Music, dando ao Rock da banda uma sonoridade maravilhosa. A banda conseguiu apresentar em todas as músicas arranjos instrumentais e vocais de extrema qualidade e sinceridade com as mensagens passadas nas canções.
Minha solidão quase acabou com os primeiros acordes da “Minha Solidão” (vixe, mais trocadilhos?). Eu poderia dizer que era uma música do nosso 14 Bis ou o Violeta de Outono, mas se transforma em um Hard Rock cheio de swing, vocalizações perfeitas, trocas de cadências e dinâmicas absurdas.
A banda está em outro nível de entrosamento, os músicos respiram e pensam juntos. Lina, é uma “balada Blues” emocionante, trabalho de orquestrações bem colocadas pelo Léo, deu uma sensação muito legal da união do rock e o erudito. Os vocais de apoio bem colocados. Fernando se destacou muito nessa canção, fez um trabalho de bateria excepcional, pesado, mas sem atropelar a suavidade da balada.
Reverso é o puro e simples “Rock’n’Roll”, pois fica notório que a banda tem os dois pés nos anos 70/80, me lembrou das grandes bandas do Rock Nacional oitentista.
As letras foram escritas com muito capricho, não as comento, pois é importante que cada ouvinte tenha a sua própria percepção das mensagens. A produção do EP foi primorosa, profissionalismo acima da média.
Finalizando, essa “degustação” já nos indica que a banda pode fazer aquele álbum cheio, queremos ouvir mais da banda.
Agradeço a todos os músicos e produtores pela grande sensação que recebi ao ouvir essas canções. Fico imaginando um trabalho desse gravado em um LP, seria maravilhoso!
Sigam em frente moçada!!
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Nahor Andrade (colaborador). Fã, amigo e apoiador da cultura novalimense. Compositor, vocalista e líder da banda Dynasty of Metal (ver este blog).
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